segunda-feira, março 21, 2011

Férias 2010 - SAGRES -ALSÁCIA



Depois de uns dias de descanso ao sol e em águas calmas e quentes do Algarve, com variações de temperatura entre os 32 graus e os 22 do Cabo de S Vicente – Sagres o espírito de aventura e a vontade de sair imperou e fomos em busca de terras da Alsácia e seus costumes.

Entre o Reno e as montanhas dos Vosgos, junto à planície alsaciana, séculos de trabalho criaram uma das mais belas paisagens vinícolas de França. No Alto Reno, as aldeias de Eguisheim, Riquewihr, Kaysersberg, Hunawihr e Ribeauvillé emergem de um mar de vinhedos e são, ao mesmo tempo, a face irresistível da Alsácia rural e medieval. Na Alsácia misturam-se palavras latinas, e alemãs, identificável na toponímica das povoações ou no dialecto da região, testemunho do atribulado percurso histórico da região, que foi mudando, periodicamente, ao sabor de trocas entre senhores feudais e guerras de domínio político.

A coluna vertebral da região é, sem dúvida, a cultura do vinho. A ROTA DO VINHO é uma das principais actividades turísticas. Grande parte das actividades económicas e das práticas culturais estão intimamente relacionadas com o vinho – a Alsácia produz anualmente mais de um milhão de litros de vinho e o processo envolve quase dez mil famílias. Museus e actividades de ecoturismo, gastronomia e caminhadas, tudo evoca mais ou menos directamente a cultura do vinho ou as paisagens transformadas com essa finalidade.

O itinerário, que atravessa os mais importantes vinhedos da região e dá a conhecer algumas das aldeias históricas da Alsácia, começa na povoação de Tann, perto de Mulhouse, e termina em Molsheim, a cerca de trinta quilómetros de Estrasburgo, seguindo quase sempre a estrada D 35, com uns desvios para estradas secundárias.

Dia 04Ago2010 - 919 Km- Lisboa – Burgos - Saint-Jean-de-Lux – Bayonne.

Saímos pelas 08h40em direcção a França, com a finalidade de dormir em Burgos no parque de campismo. Chegados a esta cidade, como era muito cedo resolvemos ir em busca de parques na zona de Vitória. Não conseguindo este intento, fomos até França para pernoitar num parque de campismo em Saint-Jean-de-Lux. O trânsito, as paragens para descanso, as refeições fizeram com que a procura dos parques fosse recair na hora de fecho da recepção dos mesmos (21H00 de lá), com a particularidade de estarem todos completos.

A chuva veio dar uma ajuda para lavar a caravana e, bastantes cansados, fomos para uma área de serviço da auto-estrada a norte de Bayonne.. Estacionamos junto de umas caravanas e auto caravanas que lá estavam, apoios no solo, gás ligado para o frigorifico e ficamos ali a dormir. Na caravana a chuva embalou-me num sono pesado e descansado. Choveu toda a noite torrencialmente, verificado, na manhã, pela quantidade de água que corria nas valetas.

Dia 05Ago2010 - 466 Km – Bayonne - Saint Paul de Dax – Mont Marsan - Agen – Cahors - Payrac

A área de serviço ficava muto perto da saída pretendida para a ligação á estrada nacional de Bayonne a Mont Marsan. Passando em Saint Paul de Dax, fomos a uma enorme área comercial e atestamos a viatura, combustível a 1,089 o Litro. Seguimos caminho e passando por estradas nacionais e secundárias, fomos em direcção a Agen.

No caminho deparamos com uma aldeia com uma torre do século XIII, uma antiga Bastilha. O cheiro a pão quente e a croissants levou-nos á bolangerie e saciámos o nosso apetite matinal. Por entre floresta de pinheiros, fabriquetas de derivados de madeira, chegamos á cidade de Agen. Esta urbe é bonita e muito bem conservada, dispondo as suas casas pintadas de cremes com telhados cinzentos ao longo de um rio.

Na saída da cidade em direcção a Cahors passamos por grande área comercial onde vi uma loja da Narbonne Accessoires. Atravessando caminhos secundários cercados por campos de girassóis, lagos de irrigação, vinhas e aldeias perdidas mas muito vistosas e cuidadas, pelos arranjos florais junto às bermas da estrada, chegamos á cidade de Cahors. Esta cidade á um dos grandes centros vinícolas de França. As adegas, áreas comerciais e serviços são uma porta de entrada na cidade. Passando com alguma dificuldade devido ao trânsito que lá havia, seguimos em direcção a Payrac. O local escolhido, 22 km de Rocamandour é uma aldeia simples sem nada de turístico mas tem a vantagem de ser um bom local de descanso.

O parque escolhido foi o Panoramyc – Payrac  http://www.campingpanoramic.com/  pertencente a um casal Holandês. Chegados ao parque verificamos que éramos um dos 10 campistas, 8 dos quais holandeses, um Belga da flandres e nós os Portugueses. O Belga quando viu a matricula sorriu e, passados uns minutos, estávamos a ouvir Madre de Deus – Teresa Salgueiro. A particularidade do atendimento, marca sempre, é que nos deixaram escolher primeiro o lugar, montar as coisas e só depois, fazer a inscrição – (18,40€ por noite).

Estamos comodamente instalados e vieram junto de nós duas galinhas procurando comida, esperando que a minha mulher fosse buscar pão e dar-lhes, praticamente á mão. Vendo que não dávamos mais foram para outra caravana. À noite o cheiro a carne cozida trouxe outro visitante que se sentou á porta da caravana uma cadela meiga e muito gulosa.

Depois e uma volta de reconhecimento pela aldeia, vendo os outros dois parques que lá existem, verificamos que a opção foi muito boa, devido á calma e sossego. Às 22h00 não há barulho até ás 07h30. A temperatura foi muito agradável, muto é exagero, 21º e 14º á noite.

Dia 06Ago2010 - 70 Km Payrac- Rocamandour – Gramat- Payrac

Por estrada secundária um pouco serpenteada, fomos até um dos nossos objectivos de férias. Rocamandour.

A impressionante cosntrução junto de uma falésia do santuário da Virgem Negra com o menino ao colo (Século XI) marca qualquer visitante. Os recantos da aldeia são turisticamente bem aproveitados e são muito procurados.

Olhando a Virgem Negra, pensando no seu significado controverso no seio da Igreja Católica, muito se pode imaginar no que os Cruzados tinham em mente, quando partiam dali em direcção à terra Santa para combater os mouros.

De regresso, fomos até Gramat fazer umas compras e no caminho para Payrac vistamos um moinho fortaleza, movido pela força da água, datado do século XIII que ainda funciona. O Moleiro recepcionou-nos e fez uma explicação e demonstração da moagem do grão até à farinha.





Dia 07Ago2010 - 520 Km Payrac - Clermont – Ferrand – Vichy - Chalon-sur-Saône - Dole

Saímos pelas 07h30 do parque em direcção a Clermont – Ferrand. Entramos na auto-estrada, uns 50 km de Payrac, passando por estradas nacionais muito boas, com inúmeros parques de campismo convidando para umas féria descansadas no ar de montanha. Quando se avistaram os cones vulcânicos de Auvergne, parámos numa área de serviço para melhor os observar.

Saímos da auto-estrada em direcção a Vichy, seguindo até Chalon-sur-Saône, terminando a viagem em Dole.

O parque de Dole- http://www.camping-du-pasquier.com/, foi uma desilusão face às condições do WC, embora estivessem asseados. O preço foi de 18,30 € pela noite.

Depois de estacionar a caravana demos uma volta pela cidade, deparando-nos com uma particularidade que desconhecíamos – Dole é a cidade berço de Pasteur.

Ao passar pela sua casa museu, a rua tem um cheiro a bolor, pelo que o “tuga” logo comentou – pois com este cheiro sempre brincou com bolores por isso a necessidade de  pasteurização dos alimentos.

Em Dole estava a decorrer o dia cor-de-rosa, impulsionado pelo comércio local, em que os transeuntes que vestissem uma peça de roupa dessa cor tinham um desconto.

A cidade tem vários canais, bem aproveitados, alguns com barcos restaurantes.



Dia 08Ago2010 – 280 KmDole – Besençon – Vesoul - Lure – Cerney – Colmar - d'Horbourg-Wihr – Rebauvillé - Hunawihr - Kaysresberg

Saímos de Dole pelas 07h00 em direcção a Colmar. As estradas nacionais são boas e querendo encurtar caminho, fui por estradas secundárias. Estas eram boas mas o terreno muito acidentado, pelo que demorei mais tempo do que previa. Valeu a paisagem bonita de serras, aldeias e vilas encantadoras situadas  entre pinhais, nogueiras e castanheiros.

No percurso passamos por Besençon, Vesoul, Lure e Cerney ( fábrica onde a ERIBA foi construída), mas como já sabia, está abandonada por a HYMMER ter decidido mudar para a Alemanha Oriental a linha de montagem para uma nova fábrica.

Chegados a Colmar, pelas 13h00, depois de procurar o parque chegamos à recepção que só abria às 14h00. O parque não é na cidade de Colmar mas na sua periferia (3 km do centro da cidade). d'Horbourg-Wihr – Endereço do parque de campismo l´ILL http://www.campingdelill.com/

 Na recepção, ao atendimento simpático da recepcionista, fomos brindados com um excelente acolhimento de uma portuguesa de Castelo Branco que foi para França, com os pais em pequena, agora uma senhora lusa- francesa.

O parque junto de um rio é muito agradável com instalações sanitárias impecáveis, tem apoio de bar restaurante e no acesso ao parque existe um supermercado ALDI.

Na recepção foi dado um mapa com o circuito turístico da região e principais aldeias vinícolas a visitar.

Arrumada a caravana fomos visitar a cidade de Colmar, depois de tentarmos ir ao centro da cidade mas, depois de estacionar num parque, uns “amigos” romenos, começaram a dar voltas ao carro, possivelmente para melhor observar, resolvemos retira-lo de lá e ir até Rebauvillé, que se reclama como a pátria do Riesling.

A aldeia é uma dos pontos obrigatórios de passagem pela Alsácia.  As cores das casas, o traçado arquitectónico dos séculos XVI e XVII, as ruas estreitas, os arcos e pátios são pontos que marcam qualquer turista e cativam a permanecer . Os cerros vizinhos anunciam a cadeia montanhosa dos Vosgos e têm empinados uns quantos castelos.

No caminho para Colmar, passamos ainda por Hunawihr e Kaysresberg, duas pequenas aldeias vinicolas, rodedas de imensas vinhas .

HunaWihr é a aldeia  das que vistamos com menos turistas,  mais rural que as outras . No centro da vila existe um fontanário,  que segundo a lenda,  a água da fonte ter-se-á transformado em vinho para compensar os habitantes pelos danos causados por um ano de más vindimas. Numas das janelas da aldeia, ouvimos uma música folclórica em dialecto  da Alsácia misturando palavras francesas e alemãs.

Pormenor curioso e significativo em Kaysersberg a Rua General de Gaulle mantém também a sua designação medieval, Grand Rue. ladeada por casario de raiz medieval, a artéria atravessa toda a povoação e leva-nos a uma magnífica ponte quinhentista fortificada. Num cerro arborizado, vislubra-se ruínas  de um castelo medieval e, junto à ponte, um casarão em tabique, com numa varanda bordada em madeira, parece acabadinho de edificar.



Dia 09Ago 2010 – 30 Km Colmar - Castelo de koenigsbourg - Colmar

Fomos  visitar Colmar logo bem cedo ainda o comércio estava fechado e as ruas apresentavam pouco movimento. O parque escolhido foi um na zona central.  A cidade antiga  apresenta uma arquitectura típica alemã. As cores misturam-se com  o das plantas que  ornamentam as varandas e janelas cativando cada recanto para  olhar e tirar  fotos.

Assume especial interesse a casa museu de Bartoldi, arquitecto nascido em Colmar com várias estátuas em vias públicas, a mais famosa é a estátua da liberdade em Nova Yorque que a França ofereceu aos Estados Unidos.

Depois do almoço fomos visitar o castelo de koenigsbourg que se ergue num alto de um monte. O castelo reconstruído no início do século XX é uma fortaleza enorme de muralhas bem alta nas quais existem seteiras em sítios estratégicos o que indica a dificuldade em o conquistar. No seu interior réplicas de casas e de armas de defesa, assim como algum mobiliário e canhoeiras do século XIX.

Nas torres através das janelas obtêm-se uma visita deslumbrante sobre os campos de vinha, Colmar e algumas aldeias.

A cor da pedra em tons rosa, a monstruosidade da construção, as peças de artilharia do século XVIII e XIX em exposição na torre, valeu a pena a visita.





Dia 10Ago 2010 – 173Km – Colmar - Estrasburgo – Molsheim – Obernai – Colmar.

A vista a Estrasburgo não foi bem planeada, mas o GPS dá sempre jeito, apontado o centro da mesma e, raras as excepções vão sempre ter aos locais turísticos para visitar.

Saímos de Colmar pela autoestrada em direcção a Estrasburgo.  Esta cidade na fronteira com a Alemanha, junto do rio Reno e foi ponto de passagem de inúmeras rotas comerciais. Hoje, a localidade mostra aos turistas atracções como o seu centro totalmente tombado pela UNESCO e, ainda, points culturais e gastronómicos. Suas pomposas construções revelam um passado próspero, impulsionado pela localização estratégica.

Chegados a Estrasburgo, vimos logo as enormes torres do século XIII, pelo que foi só estacionar o carro, eram 8h30, bastante fácil e começámos por ver os canais, as casas típicas de uma antiga aldeia de pescadores, designada de pequena França. As casa típicas da Alsácia, dispõem-se ao longo dos canais navegáveis e que permitem passeios turísticos. Fomos acompanhados no nosso passeio por grupos de turistas de várias nacionalidades. Chegados à praça central, a Catedral, enorme de pedra vermelha, estilo gótico muito bonita, vale a pena ver, chama e prende a atenção, quase passando despercebida a casa Kammerzell.

A catedral de Notre-Dame de Estrasburgo é a principal atracção da cidade e é um exemplo da arquitectura gótica. A construção da estrutura começou em 1176 e as últimas pedras só foram colocadas em 1439. Um dos pontos altos da visita é a torre principal da catedral.

Fomos almoçar à cidade de Molsheim 30 km de Estrasburgo, fugindo à balbúrdia da grande cidade.

Molsheim tem a particularidade de possuir um museu dos Buggatti, pois é a cidade onde esta marca é construída. Na entrada da cidade existe um parque de campismo, pareceu-me bom para  quem pretender visitar Estrasburgo com mais tempo.

Na praça central de Molsheim sobressai o seu Hotel de Ville num edifício bonito que foi uma antiga Universidade.

No caminho para Colmar fomos visitar a cidade de Obernai, de arquitectura parecida com Molsheim, mas com edifícios mais modernos.

Dia 11Ago2010 – 100 Km Colmar – Ribauvillé – Riquewihr – Colmar - Breisach am Rhein – Eguisheim - Colmar

O dia cinzento levou-nos para irmos passar novamente Ribauvillé e a seguir visitar Riquewihr - cidade desde 1320, que não impede o povoado de pertencer, paradoxalmente, a uma associação que reúne as cem mais belas aldeias de França.

A torre Dolder, que fazia parte da primeira cintura de muralhas, construída no final do século XIII, seja uma das imagens mais reproduzidas da cidade, o século XVI corresponde à época de ouro de Riquewhir, quando o rendimento da produção vinícola aumentou substancialmente. A maioria das belíssimas e coloridas casas em tabique que rodeiam as estreitas ruas e ruelas da povoação data precisamente desse tempo.

A arquitectura de Riquewihr  destaca-se a profusão de ornatos inscritos nas estruturas dos edifícios ou a quantidade de recantos que há que escrutina, os pátios setecentistas, com os seus varandins de madeira e poços que conservam as estruturas originais em ferro forjado.

Do topo da torre Dolder obtém-se um bom panorama da cidade e, também, dos vinhedos circundantes. O  vinho Riesling produzido localmente é dos melhores da Alsácia, graças à natureza calcária dos solos, generosos também para as castas Moscatel e Pinot.

Um particular que muito apreciei foi a casa de artigos de NATAL, uma loja que é um autêntico museu , pela variedade de artigos e a decoração que atrai inúmeros visitantes. Lá dentro até já parecia estar na época natalícia.

Depois de almoço fomos até á vila Alemã de Breisach am Rhein. O Reno é atravessado por uma ponte que assenta pilares numa ilha (Francesa), a qual dispõe de parque de campismo, entrando-se na Alemanha sem nos apercebermos da diferença.

No rio Reno, barcos para cruzeiros convidam-nos a entrar em direcção a Estrasburgo. Curiosidade, alguns dos navios eram holandeses, que me deixou a pensar, em Portugal o que se não teria escrito e dito já sobre isto ……

Na margem do rio existem inúmeros cisnes. A minha mulher começou a dar pão a um que estava na margem alemã. Rapidamente começaram a dirigir-se dezenas de outros do lado francês para virem ao banquete. Uma imagem sempre bonita - os cisnes na água.

Depois de umas compras fomos visitar a a aldeia de Eguisheim,       é um precioso exemplo de estrutura urbana conservada praticamente intacta, dispõe-se de forma concêntrica em torno do castelo do século XIII, restaurado no final do século XIX.

Esta configuração favorece a descoberta de ângulos surpreendentes que combinam perspectivas singulares sobre as ruas estreitas e as fileiras de casas medievais de tabique – com destaque pelas antigas Rues des Fossés, perto da confluência da Grand Rue com a Rue du Muscat e a Rue du Riesling.

O conjunto de edifícios medievais da adega Freudenreich, junto ao Cour Unterlinden, com o seu belo pátio interior, como aí encontramos um recanto muito simpático e aconselhável para uma prova de vinhos. Apesar de ser a ultima aldeia a ser visitada consideramos ser uma das mais bonitas .  Esta aldeia dispõe de parque de campismo e fica a 8 km a sul de Colmar.

Dia 12Ago2010. - 614 Km Colmar – Moulhouse - >Belford – Dole - Clermont – Ferrand - Issoire

Saímos cedo de Colmar pelas 07h30 rolámos pela estrada em direcção Moulhouse-a Clermont-Ferrand.  Na zona de Belford, 70 km a sul de Colmar apanhamos uma fortíssima chuvada que não permitiu circular a mais de 20/30 km/H durante uns 70 km.

Passando novamente por Dole fomos em direcção a Moullins por estrada nacional.  Depois de um almoço rápido na caravana entramos na região de Auvergne que possibilita a vista dos cones vulcânicos junto da cidade de Clermont - Ferrand.

Passando pelo interior da cidade, fiquei desiludido, pois não é a cidade típica de montanha, mas sim uma urbe industrializada com prédios novos, problemas sociais visíveis nos trajes de magrebinos e escritos nas paredes dos edifícios.

Entramos na auto-estrada em direcção ao sul e fomos acampar em Issoire, cidade mineira, que proporciona um bom parque municipal para passar uma noite. O parque fica junto de um lago e de uma zona de lazer, permitindo uma volta a pé, sempre salutar depois de 600km de viagem.



Dia 13Ago2010. - 371 Km Issoire – Millau – Rodez – Gramat - Rocamandour

Pelas 09h00  saímos do parque e entramos na autoestrada, muito movimentada, em direcção a Millau. A particularidade desta via muito sinuosa, não se paga portagem, anda-se sempre em subidas e descidas numa média dos 950 m de altitude.

 Em pleno maciço central da França, Millau fica num vale entre cordilheiras. Desci á cidade com a Eriba coma finalidade de ficar num dos 3 parques de campismo. O trânsito intenso, levou-me a desviar do centro da  cidade e fui parar num parque de estacionamento de um Carefour. Do parque pude observar o viaduto e os seus enormes pilares.

Fomos passar o viaduto, 11 € de portagem, estacionando na área de serviço do viaduto, que proporciona acesso a pé a um miradouro junto deste colosso de engenharia.

Inúmeras pessoas juntam-se ali para ver de perto o viaduto , A ERIBA ficou junto de uma caravana Inglesa, fazendo lembrar uma caravela portuguesa contra um galeão inglês.

Depois de almoço, resolvemos ir para Rocamandour, passando por Rodez, Gramat e ficar num parque que tínhamos visto quando tínhamos por lá passado, junto de um Hotel. O parque apesar de ter um aspecto convidativo e permitir acesso rápido a pé a Rocamandour, tem instalações sanitárias antigas e exíguas. http://www.padimadour.fr/

Fomos a pé até a aldeia de Rocamandour para ver novamente a urbe medieval que estava, como do costume, cheia de gente.  Ao anoitecer fomos ver do miradouro o efeito das luzes nas muralhas.

Dia 14Ago2010 – 385 Km Rocamandour – Cahors   Agen – DAX - Saint-Martin de Seignanx

Saímos cedo para visitar Rocamandour descendo do castelo para a vila. Um barulho tinha-nos chamado a atenção. Ficamos maravilhados ao observar três balões que se elevavam devagar junto á colina .

Descemos pela via-sacra que liga o castelo à basílica. Chegados à basílica, fomos visitar a virgem negra novamente. 

Descemos a enorme  e íngreme escadaria e chegamos á cidade. As lojas ainda estavam fechadas e os turistas começavam a chegar.

Depois da visita fomos até ao parque, buscar a ERIBA e saímos em direcção a Saint-Martin de Seignanx- parque de campismo Lou Ptit Poun www.louptitpoun.com.

O regresso  fooi pelo caminho que tinhamos feito, Cahors, Agen e, na passagem por DAX, vimos muita gente de branco com lenços vermelhos, preparados para a festa taurina que ia ocorrer à noite. Sede não deviam ter pois as cervejas vazias já se empilhavam á beira da estrada.



Dia 15Ago2010. – 90 Km  Saint-Martin de Seignanx – Bayonne- Biarritz - S Jean de LUZ - Saint-Martin de Seignanx

 A chuva da noite abundante, fez-nos descansar, pelo que resolvemos ficar mais uma noite, repousando durante o dia no parque, já nosso conhecido, muito agradável mas caro (33€ por noite para um casal). No parque  vi 4 caravanistas portugueses um dos quais com uma ERIBA.

Na parte da tarde fomos até Bayonne ver a catedral, com um pátio enorme lateral onde estava a decorrer uma feira de artesanato.

No rio chamava atenção as velas de um navio de marinha francesa. O veleiro estava aberto ao público contra o pagamento de 8 euros por  pessoa. Umas fotos tiradas a partir do cais ficam mais baratas.

Como a temperatura estava a convidar, 25 graus, fomos até Biarritz. Depois de umas voltas pela cidade á procura de estacionamento, não havendo lugar fomos até S Jean de LUZ, dar uma volta e ver sempre a bonita costa francesa e espanhola.

Dia 16Ago2010 – 518 Km Saint-Martin de Seignanx- Bayonne - Salamanca

Depois de umas compras em Bayonne, dirigimo-nos para Espanha. O novo troço de auto-estrada que liga França e Espanha proporciona uma viagem rápida até Santader.  Um feliz engano desviou-me pela auto-estrada para Vitória. Este novo troço (7 euros) cheio de túneis proporciona uma viagem agradável e rápida até á saída de Vitória. Depois de um almoço rápido em uma área de serviço da auto-estrada chegamos a Salamanca eram 15h30.

Na entrada do parque um caravanista português chegou depois de mim, quiçá apressado por algum motivo, ultrapassou a Eriba e o carro que estavam já estacionados, tentando ser atendido á minha frente.


Fica a uns 4 km do centro de Salamanca, tem alvéolos separados por arbustos, tem sombras. O clima da península Ibérica de facto é que não cativa a relva e o pó faz-se sentir.

Dia 16Ago2010 – 470 Km. Salamanca – Castelo Branco - Lisboa

De manhã fomos dar uma volta pelo centro de Salamanca, Praça de Espanha e visitamos a catedral. A imensidão das colunas a trabalhada a ouro não deixa qualquer pessoa indiferente.

De volta ao parque pelas 11h00, atrelamos a caravana pagamos os 19€ e viemos para Portugal.

Na área de serviço de Castelo Branco íamos parar algum tempo mas fomos abordados junto do carro com um cigano que nos tentou vender um IPHONE, semelhante ao que roubaram á minha filha. Claro que a minha indignação e tristeza elevou a minha voz chamando atenção que aquele também devia ser um dos muitos que são roubados neste país. Isso apressou a saída dali, pois mais ciganos começaram a aproximar-se. Pago impostos e sinto-me mal em Portugal. Apeteceu-me sair do país novamente.

Pelas 16h00 chegamos a casa terminado o passeio de férias do ano de 2010.